O “Apagão” de Hearthstone no Brasil

Jogo perde o brilho com problemas no meta, saída da ESL Brasil e decepção de streamers famosos. Às vésperas da chegada da expansão Jornada a Un’Goro, o game de cartas Hearthstone passa por uma das suas piores crises no Brasil.

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– Insatisfação geral

Assista qualquer streamer de Hearthstone, seja ele brasileiro ou não. Durante a transmissão eles vão reclamar do meta game atual, sem exceção. A situação atual do game chegou ao nível “INSUPORTÁVEL”, até mesmo para quem ganha dinheiro transmitindo online suas partidas.

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No Brasil, a situação parece que ficou um pouco mais grave. Pois o jogo não tem chamado mais a atenção de espectadores, e como podemos imaginar, mais jogadores. A quantidade de visualizações dos canais de Hearthstone no Youtube Brasileiro tem caído bastante.

– Poucos incentivos para o jogador iniciante ou intermediário

Ao nosso ver, o grande problema é que o Hearthstone não nem um pouco didático. Mas pior do que isso, o jogo parece querer punir os jogadores novatos que resolverem ser criativos.

Mesmo no modo casual, a seleção de oponentes é um problema. Isso por que não há mais distinção jogadores Experientes, intermediários e amadores. Sempre haverá jogadores que jogam com os decks mais fortes do momento no modo casual, e isso inibe, e também destrói, o interesse do jogador novato.

O que acontece é que o jogador novato, que pretende cumprir suas missões diárias, passa horas tentando ganhar uma única partida. Imagina a situação: você joga há poucos meses, não entende direito as mecânicas do jogo, e enfrenta apenas adversários que já chegaram no Rank 5 ou são lendários? Justo? Nem um pouco.

Mas os problemas com relação ao meta não é algo restrito aos iniciantes. Quem está em um nível intermediário precisa escolher entre desistir do jogo, ou jogar muitas horas na Arena para tentar ganhar cartas relevantes. Acompanhar o meta game ficou impossível para muitos jogadores, até mesmo aqueles que já investiram muito dinheiro no game.

Nesse cenário desestimulante, a Blizzard ainda comete o pecado de abrir uma Taverna Heroica apenas paga ou com o preço de 1.000 de ouro. Com uma expansão batendo à porta, não era hora da produtora ficar menos gananciosa? Pelo contrário, a Blizzard já passou o recado que vai aumentar o valor dos pacotes de cartas.

– Hearthstone decai no cenário brasileiro e preocupa quem produz conteúdo

Decepção atualmente é grande parte do vocabulário de Hearthstone. Mas não é apenas os jogadores novatos e intermediários que estão decepcionados com o jogo. Os jogadores experientes, e produtores de conteúdo também.

Na esperança de corrigir o meta, a Blizzard cometeu mais erros. Ao invés de balancear as cartas, a solução, segundo ela, foi implementar uma expansão com novos decks ainda mais agressivos (Piratas e mais decks “câncer” que exigem pouco raciocínio do jogador).

Não tenho ideia do que a empresa queria corrigir. Mas suspeito que a ideia era aumentar a proporção de jogadores mobile. Afinal, jogar partidas demoradas com decks de controle, pelo celular, simplesmente é inviável por conta da bateria.

A “solução” teve um efeito contrário, pois afastou mais ainda os jogadores novatos e irritou até mesmo os experientes. No Brasil, a sensação de que o jogo “não anda”, fica evidente no relato de um dos streamers mais famosos, Sonecarox, que chegou a narrar campeonatos internacionais.

Confira o vídeo abaixo e depoimento do canal Sonecarox

https://www.youtube.com/watch?v=RAC7Q2b-bFY

O relato do Sonecarox deixa claro que as visualizações de canais com conteúdo predominante de Hearthstone tem caído no Brasil. Não há nem como comparar com outros títulos mobile como Clash Royale, que tem explodido em nosso país.

A sensação de evolução em Hearthstone é mínima. Enquanto em Clash Royale, em poucos meses e sem gastar rios de dinheiro, o jogador consegue montar decks competitivos para a arena lendária. Já em Hearthstone, que antes era bem mais fácil ter um deck competitivo, agora parece que o jogo se resume a apenas três classes.

Mas nosso post não é apenas para relatar os problemas. Abaixo, listamos algumas coisas que poderiam ser feitas para melhorar Hearthstone. Veja se alguma faz sentido para você.

  • Recompensa para login diários (Felizmente será implementado em breve)
  • Mais sugestões de decks para novatos
  • Tornar o modo casual, verdadeiramente casual
  • Mais recompensas, o jogo é muito ganancioso e orientado a gastar dinheiro de verdade
  • Mais promoções de pacotes
  • Clãs, missões para o clã, pacotes de clã e etc, como existe no Clash Royale
  • Quantidade maior de rank e melhor seleção de oponentes no modo ranqueado
  • Taverna Heroica pré-expansão deveria ser de graça (ridículo a taverna heroica custar 1000 de ouro ou R$ 22,90)

Definitivamente, a Blizzard precisa dar respostas mais rápidas para os problemas que os jogadores enfrentam em Hearthstone. De nada adianta fazer os balanceamentos muitos meses depois do estrago já estar feito e com outra expansão batendo na porta. Esperar meses por uma atualização para no final, descobrir que nada mudou, é frustrante e isso está fazendo muitos desistirem do jogo.

  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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7 comentários em “O “Apagão” de Hearthstone no Brasil”

  1. E triste ver isso acontecer com um game tão bom, tomara q a blizzard abra os olhos. Tem tantos outros jogos de cartas q são tão bons qnt heartstone, acerta onde heartstone erra, mas poucos players vêem, como: Magic, shadowverse e o elder scrolls já ta vindo ai tbm.

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  2. EU comecei e parei, o jogo é extremamente paytowin, agora que chegou Yu Gi Oh duel link é que eu não quero saber mais mesmo. É um sofrimento pra vc conseguir cartas novas, tudo é pago, tudo é caro! De tão caro, parece que não tem missões, batalhas contra o IA pra ajudar a evoluir tanto as habilidades quando o deck. Todo jogo de cartas que joguei vc tem muitas coisas pra fazer sem precisar ir para o Stress do PVP, dá tempo de vc curtir o jogo e se sentir confiante antes de ir lá.

    Eu mal comecei Yu Gi Oh já comprei cerca de 100 cards sem investir um real.

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  3. Perfeita análise…eu comecei em 2016, investi sim dinheiro pra acelerar as expansões pois estava empolgado na época..mas a medida do tempo o meta ficou horrível, decks que não te fazem pensar ou ganham no puro rng não dá..o sentimento de frustração e stress são maiores que o prazer que eu tinha no começo do jogo de vencer.

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  4. Qual o problema com deck aggro? Não entendo o pessoal reclamando desse tipo de deck só porque SUPOSTAMENTE necessita de menos habilidade pra jogar.

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    • As pessoas reclamam porque esse deck não é divertido de jogar para a grande maioria dos jogadores, não yrm tática, e colocar as cartas na board, equipar weapon e ir face. Sao fortes, são, mas sao aborrecidos.

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  5. O jogo perdeu muito da fama que tinha, verdade. Mas não tenho do que reclamar em relação a ser “paytowin”. Sou free player e fiquei entre os 100 primeiros na ultima temporada padrão. Meu rank máximo na Ranked foi 6.
    Em relação agora decks, dá pra ser criativo e não ficar atrás de OTK, Control ou Aggro. Nunca joguei com essas formações, só decks próprios.
    Na minha opinião, falta inovar em algumas coisas e favorecer os novatos, sim.
    Minha opinião…

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