Free Fire resolveu seu maior problema

Enfim, o dia chegou. A Garena conseguiu colocar um ponto final na polêmica “emulador x mobile” no Free Fire.

Finalmente a solução para um problema que existia há anos no Free Fire e que comentamos que a culpada, sempre foi, da própria Garena.

Na semana que se passou, entrou em vigor, de forma definitiva, o algoritmo que separa quem joga no PC (via emulador) de quem joga nos celulares e tablets.

A nova forma de pareamento nas partidas acaba com uma discussão que chegou a por em risco o futuro do game, que é mobile, diga-se de passagem.

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Porém, acaba uma polêmica e outra se inicia.

Free Fire é um jogo mobile. Ponto Final! Ass. Garena!

Na última quinta-feira (14) entrou em vigor o algoritmo que coloca em partidas diferentes jogadores que jogam no PC, dos jogadores que jogam no celular ou tablet.

A separação, que é algo relativamente comum em outros jogos como PUBG Mobile, Cyber Hunter e COD Mobile, demorou muito para chegar no Free Fire. Foram quase quatro anos de espera.

Separar mobile de PC sempre existiu em outros jogos

O motivo de tanta demora é um fato simples: a Garena não é a desenvolvedora de Free Fire, e sim a publicadora.

Ao comprar o pequeno estúdio de jogos mobile 111dots, a Garena se viu em um grande problema. Como implementar um algoritmo de separação se o game roda perfeitamente no emulador? Não havia nenhuma implementação de segurança ou planejamento para evitar esse tipo de situação, que é bem chata em jogos competitivos.

Os valores “astronômicos” de receita do Free Fire vêm da adição de skins, algo que, do ponto de vista de desenvolvimento, é muito simples de se fazer.

A Garena e o 111dots não possuíam a expertise de grandes estúdios como o Lightspeed & Quantum (PUBG Mobile) e NetEase Games (diversos Battle Royale).

Os outros estúdios conseguem implementar algoritmos de separação muito inteligentes. A NetEase, por exemplo, desenvolve versões exclusivas para PC Windows dos seus jogos.

 

Esclarecimento.

Apenas para esclarecer. Não tenho nada contra emuladores. Mas a questão é que Free Fire é um jogo mobile competitivo, e o uso de emuladores estava causando problemas não só para a Garena, mas para a grande maioria dos jogadores de celular que se sentem em desvantagem contra quem joga no PC. 

 

O problema se voltou contra a Garena

Em 2020, os emuladores viraram o problema gigantesco para a Garena. Com a pandemia, muitos jogadores profissionais tiveram que competir apenas de casa e com isso, muita gente usou emulador na cara dura mesmo.

Rodrigo “El Gato” Fernandes, um dos maiores streamers mobile explicou em 2020 as vantagens de se jogar no emulador. (Créditos EL GATO / Youtube).

EL Gato já havia exposto o qual injusto era jogar Free Fire via emulador. A situação gerou até constrangimento para a empresa e equipes com a polêmica do BlackBox.

Esse foi um problema para a Garena levou anos para solucionar. Mas parece que a solução “surgiu” mesmo quando a coisa começou a doer no bolso.

A popularização de competições não oficiais de Free Fire, utilizando em sua maioria PCs, pegou a empresa de surpresa.

Algumas dessas competições tinham apoio de patrocinadores famosos como Coca-Cola e premiações de milhares de reais.

Com isso, muitos jogadores que utilizam apenas celular se sentiram desencorajados a competir.

Algo precisava ser feito, e rápido.

Com a separação, diversos streamers e influencers de Free Fire foram surpreendidos com a mensagem de erro “Tempo de decolagem esgotado”. A nova mensagem indicava que a partida havia sido cancelada por falta de jogadores. Mas como assim se Free Fire é um dos games mais jogados no mundo? … Demorou um pouco mas a ficha caiu.

Erro começou a aparecer em quem joga em emulador (Foto: Reprodução).

As partidas de quem usa emulador agora demoram muito para iniciar, e em alguns casos, nem iniciam. Isso demonstra que os jogadores de emulador eram uma minoria dominante nas partidas ranqueadas de Free Firre.

Mas jogar Free Fire no PC é tão vantajoso assim?

Vou colocar assim: emuladores no Free Fire eram minoria, e adivinha que está mais reclamando da alteração? Streamers de Free Fire.

Se não era vantajoso, por que os maiores streamers de Free Fire, UM JOGO MOBILE, estão reclamando com a Garena?

Sim, jogar Free Fire num PC com tela enorme, com mode de 90 FPS, usando macro de mouse, sensibilidade alta, constitui uma enorme vantagem. Ainda mais para um jogo onde não há “bullet drop”.

As vantagens de jogar Free Fire no emulador são inúmeras. Já era hora da Garena acabar com a festa. Não há o que justificar, Free Fire é um jogo mobile, feito para dispositivos móveis e o fato dele ser competitivo, torna o uso de emuladores literalmente uma trapaça, em certo ponto.

Não faltaram  os memes nas redes socais.

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A solução definitiva? Um Free Fire nativo para PC

E para os jogadores de mobile, o que muda? Nada mudou, como a grande maioria joga apenas no celular, as partidas continuam normais.

Porém, a minoria que obtinha uma vantagem gigantesca ao emular o jogo no PC, a mensagem da Garena foi só uma: “a festa acabou”.

A solução correta não para em apenas separar os jogadores de plataformas diferentes. Um game de enorme sucesso como Free Fire, merece e deve ter uma versão nativa para Windows PC.

Caso você seja jogador de emulador, e acha os smartphones muito pequenos para jogar, nossa recomendação é adquirir um tablet grande como iPad Pro, ou no caso do Android, o Samsung Tab S7 ou Xiaomi Pad 5.

    by
  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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