Análise: Bioshock (iOS)

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Parece que foi ontem que surgiu o rumor de Bioshock no iOS, isso em 2008. Quem diria que em menos de seis anos, o rumor se tornaria verdade. E em 2014, Bioshock, que fora lançado para Playstation 3, Xbox 360 e PC, chega ao iOS. O clássico que misturar FPS, terror e Survival Horror chega ao iOS exigindo dispositivos top de linha, mas infelizmente sem chegar aos pés da versão para PC.

– Ideal para marinheiros de primeira viagem

Em Bioshock, o jogador controla um personagem que sobrevive a um acidente de avião no meio do Oceano Atlântico. A surpresa do acidente é encontrar um farol perdido no meio do mar. Neste farol, o jogador encontrar uma espécie de submarino, que o leva imediatamente para Rapture, uma cidade submersa. Concebida pela mente de Andrew Ryan, Rapture tinha planos de ser uma cidade livre de governos e religiões, focada apenas no desenvolvimento através da indústria, ciência e arte.

Mas tudo mudou quando as pessoas descobriram substâncias capazes de modificar o DNA humano. Chamadas de ADAM ou EVE (Adão e Eva) essas substâncias formaram a ruína de Rapture. A cidadela rapidamente foi condenada pelos seus próprios habitantes que começaram a matar uns aos outros.

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Cadê as luzes de Rapture? Quem já jogou o game vai entender

Tudo isso aconteceu muito tempo atrás e quando o personagem controlado por você chega em Rapture a cidade já está decadente com várias infiltrações e a destruição da mesma é eminente.

O objetivo do jogador é encontrar as pessoas que o ajudam através de um rádio comunicador, para então poderem fugir da cidade. Para isso, é preciso evitar os inimigos e quando isso não é possível, matá-los. Em Bioshock, o jogador deverá utilizar as substâncias que alteram o DNA. Com isso, seu personagem irá ganhar superpoderes e poderá prosseguir no jogo, desbloqueando novas áreas.

– Arte Déco

Um dos grandes destaques de Bioshock é o seu distinto estilo visual. No game, a cidade de Rapture é construída por volta dos anos 50 e toda sua arquitetura, além de outros elementos, remetem ao período do pós-segunda guerra mundial.

Esse visual retro, aliado a uma ótima direção de arte, renderam ao jogo um sucesso surpreendente. Esse envolvente cenário em que Bioshock acontece faz referências a filmes como Metropolis (de 1927, recomendo muito!) a inúmeros livros de ficção científica como 1984 (George Orwell) até Vinte Mil Léguas Submarinas (Júlio Verne).

Bioshock tem forte inspiração em clássico do cinema
Bioshock tem forte inspiração em clássico do cinema

Um dos grandes trunfos do game é o bom uso de iluminação em tempo real e múltiplas formas de iluminação. Porém, é justamente aqui onde começam os primeiros problemas da adaptação do jogo para a plataforma da Maçã.

– Visual comprometido

Gostaríamos de dizer que Bioshock é uma conversão perfeita, mas infelizmente isso não é verdade! Embora o game pareça impressionante no iPad Air, mesmo nesse dispositivo, Bioshock para iOS perdeu muitos efeitos de iluminação, shaders e efeitos com água que eram impressionantes em 2007. Isso deixou o jogo mais “claro” e muita daquela claustrofobia em passear por Rapture, se perdeu.

Em dispositivos mais “modestos” (se é que podemos chamar assim), como o iPhone 5, o jogo exibiu muitos serrilhados. Além do visual comprometido, os comandos também deixaram um pouco a desejar. Há muitos botões na tela e jogar em telas pequenas, chega a ser problemático em momentos de muita ação. Caso você não tenha um controle, pois o jogo suporta controles MFi e MOGA, o mais recomendado, é jogar no iPad.

– Passeando no parque de “diversões” de Rapture

Para quem nunca jogou Bioshock, o lado positivo do game, é a possibilidade de ter no bolso a mesma campanha da versão para PC. Um FPS como pouco se vê na plataforma da Apple com muitos momentos de tensão, ausência total de publicidade e a qualidade de um jogo preemium.

Apesar de não ser fiel às versões para consoles, Bioshock impressiona no iPad
Apesar de não ter visual fiel aos dos consoles, a campanha no iOS é a mesma.

 

Os pontos positivos do jogo na versão para iOS, já que o visual ficou comprometido, passam a ser a exploração da cidade e o enredo, instigando no jogador a curiosidade para saber o que vem a seguir. Os tiroteios não são muito empolgantes e apenas os combates como Big Daddys chegam a criar alguma tensão.

Na versão mobile, o grande destaque do game é o áudio, apresentando os mesmos sons apavorantes de antes. Jogar com um fone de ouvido de qualidade e a noite não é só recomendado, é essencial. Contudo, para quem já jogou o game antes, Bioshock para iOS não chega a ser interessante, pois boa parte da experiência claustrofóbica se perdeu. A campanha do jogo é intensa e embora, por vezes, pareça repetitiva, sempre mantém o jogador vidrado para saber onde está Ryan e como sair desse inferno subaquático.

– Conclusão

Bioshock para iOS é facilmente um dos melhores FPS da plataforma da Apple. O jogo possui uma boa carga do fator “descoberta”, aliado a muitos sustos e momentos de exploração. A direção de arte é o grande destaque do jogo. Porém, para quem já jogou o game antes, é possível notar uma perda grande no quesito “gráficos”. Algo que não pode ser relevado, haja vista que isso impacta diretamente na atmosfera que jogo tenta criar.

 

Prós

  • Campanha idêntica a versão do PC
  • Estilo único
  • Áudio impressionante

Contras

  • Visual comprometido se compara a versão original
  • Roda apenas em aparelhos com 1GB de RAM e A7 ou superior
  • Pouca variação nos combates

 

Nota 7/10

 

Ficha Técnica

Nome: Bioshock
Gênero: FPS
Plafaformas: iOS 7.1 ou superior
Preço: US$ 14,99 (em torno de R$ 33 reais)

    by
  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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