De que forma os jogos para smartphones estão roubando a atenção dos gamers?

Muita gente diz que largou os videogames (especialmente portáteis) para jogar nos smartphones ou iPads da vida. Mas quanto é “muita gente”? Essas pessoas deixaram de jogar videogame mesmo? Qual o tamanho deste mercado? Finalmente, num mesmo gráfico-pizza, temos um pedaço dessas respostas:

O primeiro gráfico da pesquisa do Flurry, que monitorou 200 mil usuários de smartphones, juntou os próprios números e dados do NPD mostram, ali em cima, o tanto que o mercado de jogos mobile cresceu, e quanto que o de videogames portáteis dedicados caiu, proporcionalmente em 2010. Os números são para os EUA e devem variar muito no mundo, mas nos aponta uma tendência – quando tivermos uma penetração tão grande de smartphones aqui a pizza pode ser parecida. Os consoles de videogame continuam bem, obrigado, então qualquer história que você ouvir do tipo “eu parei de jogar Fallout 3 pra ficar no Cut the Rope do celular” é a exceção total. Mas e se olharmos para o mercado de jogos onde você segura a tela com as mãos?

 

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O Nintento DS sofreu a maior perda proporcional sobre o avanço dos smartphones. E o dado não me surpreende, casando com meu próprio exemplo. O meu DS sempre serviu para sessões mais curtas de jogo (que alguns chamam de “sessão-sobre-o-vaso”). Uma tela de Picross, um puzzle de Professor Layton, uma fase de qualquer Mario ou asseclas. E é exatamente o tipo de jogo que tenho no celular, de “microsessões”. Sim, é claro que há jogos mais “sérios” no DS, mas lembre-se que ele fez sucesso no mundo pelo fator Nintendogs e coisas parecidas, assim como o Wii, de Madworld e Super Mario Galaxy para agradar os gamers, foi o console do Wii sports. Jogos meramente casuais nos consoles portáteis não vão mais segurar as vendas à medida que as pessoas comprarem Androids e iOS’s. Vamos ver como o 3DS (que teve um início forte) se sai para reverter essa tendência. É interessante observar no gráfico que mesmo já mostrando sua idade, o PSP não perdeu tanto o marketshare. E imagino que o NGP continuará cativando os gamers hardcore. Controles físicos ainda são fundamentais para coisas como God of War ou Metal Gear, não adianta, e há um público (ainda que pequeno, proporcionalmente) para isso.

Outro dado muito interessante na pesquisa é que as vendas de jogos para iOS e Android bateram as vendas de jogos para PCs em 2010 pela primeira vez – US$ 800 milhões contra US$ 700 milhões dos PCs (NOTA: Pela dificuldade de aferir as vendas online, só foi contada a venda de jogos de PC “de caixinha”, o que tira os quase US$ 1 bilhão do Steam em 2010, e por isso mesmo ele não está no gráfico pizza). O jogo no PC está longe de ter morrido, mas se você tirar hoje uns 3 títulos (World of Warcraft, Starcraft 2 e o shooter do momento no Steam), o mercado está bem cambaleante, proporcionalmente. Se nos primeiros anos de Halo os jogadores de PC diziam que “um controle nunca vai substituir teclado e mouse”, o pedaço das vendas de consoles para Call of Duty Black Ops mostram que o gamer em geral já passou há muito dessa fase de negação. Na outra ponta, joguinhos independentes como Plants vs Zombies ou World of Goo funcionam muito melhor em um iPad que no PC. Mesma coisa para Adventures (Monkey Island e Sword & Sorcery são fantásticos). O que vai sobrar para os PCs além de RPGs online e RTSs? E como os portáteis irão reagir frente ao avanço dos smartphones?

Gizmodo.com.br

    by
  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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