Xiaomi Brasil: celulares mais caros que iPhones?

Um ano depois do tão esperado retorno da Xiaomi no Brasil, a fabricante lançou oficialmente dois novos aparelhos por aqui: Redmi Note 9 e Redmi Note 9 Pro. Mas os preços pegaram muita gente de surpresa!

Concebidos para serem baratos, esses dois smartphones intermediários perderam essa qualidade no Brasil. Redmi Note 9 está sendo vendido com preço de lançamento de R$ 2.699 e o Redmi Note 9 Pro pela “mixaria” de R$ 4.199.

Ficou mais barato comprar iPhone! (pode rir!)

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Um iPhone SE de 128 GB pode ser encontrado na faixa de R$ 3.999! Mais barato que o Redmi Note 9 Pro.

– Youtubers se revoltaram com os preços de Redmi Note 9 e Redmi Note 9 Pro

Parece que o jogo virou.

O episódio dos preços do Redmi Note 9 e Pro não passaram despercebidos pela esfera “Youtuber”. Sobrou até mesmo para youtubers que antes criticavam a Apple pelos seus preços como o BeTech do Felipe Becker.

– Barato apenas se importar (ou comprar no mercado “cinza”)

Mas eu e você sabemos que os Redmi Note são aparelhos baratos lá fora. O Redmi Note 9 e Pro custam US$ 199 (R$ 1.074) e US$ 269 (R$ 1.338,38).

Com o dólar baixando (no momento da publicação deste artigo) não há razão para comprar smartphone da Xiaomi em loja oficial.

Eu disse razão! Pela emoção, você pode rasgar seu dinheiro a vontade!

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Smartphones BARATOS para importar em 2020 (e não ser taxado)

Smartphones Baratos para Games em 2020 (No Brasil R$ 1100 a R$ 2000)

E para quem quer se arriscar com uma importação, que talvez aumente o preço do smartphone em 60%, sempre haverá o mercado cinza.

“Um mercado cinza, ou mercado paralelo, é o comércio de uma mercadoria por meio de canais de distribuição que, embora legais, não são oficiais, não autorizados, ou não intencionais pelo fabricante original.” Wikipédia.

Mercado Livre, Amazon e até lojas físicas. É possível encontrar Redmi Notes por preços na faixa de R$ 1.600 a R$ 1.999. São mais caros de comprar, em relação a sites chineses, mais ainda assim, são mais baratos que na loja oficial.

O segredo do mercado cinza é pulverizar a distribuição e diminuir um pouco o que todo mundo chama de “Risco Brasil”.

– O que fez os preços dos Xiaomi dispararem no Brasil?

A Xiaomi é conhecida por popularizar a terminologia “Bom e Barato” nos smartphones intermediários e tops de linha.

A empresa, e parceiras como a Poco, lançaram aparelhos que chamam atenção por entregar boa parte da experiência de um top de linha, mas com 1/3 do preço.

Porém, desde que a empresa chegou ao Brasil isso não virou realidade. Por aqui, em revendas oficiais, a empresa ganhou status de “nova Apple”, com lojas lotadas e fãs comprando smartphones a preços absurdos.

O que justifica isso?

Dois fatores: “Risco Brasil” e um “pouquinho assim” de vontade de lucrar.

Toda empresa deve e merece obter lucro em suas operações. Nisso ninguém discorda. Afinal, nenhuma empresa se mantem de pé se ela só dá prejuízo.

No caso de qualquer empresa estrangeira que monte operação no Brasil, eles ainda precisam calcular o tal “Risco Brasil”.

Esse “Risco” é uma variável que engloba muitas coisas e torna a vida do empresário no Brasil literalmente um terror.

No “Risco Brasil” estão consideradas coisas como: altos impostos, roubo de cargas, burocracia, inadimplência, flutuação do dólar/real, dentre outros fatores.

E “pouquinho assim” de vontade de lucrar?

Nenhuma empresa vai montar operações do outro lado do mundo só porque “ela é boazinha” ou “quer investir em nosso país”. Isso é conversa pra OTÁRIO.

Empresa estrangeira vem para país de terceiro mundo para lucrar!

E como aqui temos o famoso “Risco Brasil”, as empresas precisam adotar preços “diferentes” dos praticados em países onde os índices de criminalidade ou de burocracia são menores.

No Brasil, já tivemos vários exemplos de empresas que vieram para cá e depois tiveram que sair ou terceirizar suas operações (Nintendo, Sony, Microsoft e muitas outras).

A coisa ficou tão ridícula quando pensamos que tops de linha monstruosos como ROG Phone 2, podem ser encontrados pelo mesmo preço do Redmi Note 9 Pro.

Você prefere comprar um ROG Phone 2 ou um Redmi Note 9 Pro? (Foto: Divulgação)

– E a garantia? Reposição de peças e etc? Isso não é algo positivo?

Ah, então quer dizer que você quer uma Xiaomi com a mesma assistência e garantia que existe no Brasil para Motorola, Samsung, Apple e etc.

Isso tem um custo sabia? E vai diretamente ser embutido no preço dos smartphones.

Por mais que eu goste da marca, já deu para perceber que uma Xiaomi 100% implantada no Brasil, não iria refletir em preços menores que os de Motorola e Samsung. Em alguns casos, como o desse recente lançamento, o preço pode até ser maior.

Comprar smartphones de marca chinesas (Xiaomi, Poco, Huawei, RealMe e etc) é, e sempre vai ser, algo para entusiastas de tecnologia.

Você troca a assistência e garantia por qualidade e preço baixo. Se derrubar e quebrar, compra as peças no Aliexpress e pronto. Sem choro!

Para quem é “treteiro” ou vai investir todo o seu dinheiro em um único smartphone (considero isso uma burrice) eu recomendo ficar nas marcas ditas nacionais (que não são ruins).

Atualmente há muitas boas opções para intermediários e aparelhos de entrada. Montamos uma lista com Smartphones Baratos para Games em 2020 (No Brasil R$ 1.100 a R$ 2.000). Há boas opções como Moto G8 e Galaxy A51 e até tops antigos como Galaxy S9.

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  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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