5 BOBAGENS que grande portais comentam sobre celulares e tablets

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2015 foi o ano de um certo “apagão” na mídia especializada em tecnologia. Ao invés de suprir o consumidor com criatividade e conteúdo relevante, os grandes portais de tecnologia se renderam a polêmicas, memes, guerrinhas entre youtubers e todo tipo de bobagem que você possa imaginar.

Assim, o conteúdo importante, como a pauta sobre dispositivos móveis foi feita “nas coxas”, e o resultado foram matérias ridículas com conteúdo que passa bem longe de representar alguma verdade.

Por exemplo, muita gente caiu no conto de que memória RAM não é importante ou que um processador é só um “detalhe”. Confira agora as 5 maiores bobagens anunciadas como grandes “insights” sobre dispositivos móveis.

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– Dizem que “Memória RAM não é importante”

Ora, todos nós sabemos que os smartphones e tablets são os computadores dos dias atuais. De fato, há mais coisas rodando no seu smartphone, neste exato momento, do que no seu PC com Windows 10 recém-instalado. Dizem que a comparação não funciona assim. Bem, para mim funciona exatamente assim! Pois o Android, por exemplo, roda basicamente uma versão do Linux, sistema operacionais para PCs.

Foi-se o tempo em que os desenvolvedores contavam os KBs do seus apps. Isso é algo da era Symbian… e app se chamava software mesmo. Hoje em dia, os aplicativos para smartphones são grandes consumidores de memória RAM e quando esta se esvazia, eles descarregam os dados em Cache, na memória flash e pegam a memória RAM novamente, em um ciclo continuo.

A coisa vai além. Nos dispositivos móveis, o processamento sempre se concentra no app que está ocupando a tela. Mas isso não quer dizer que os outros estão hibernando, como muitos imaginam que acontece “magicamente”. Há serviços de notificações que ficam constantemente “acordando” e reiniciando, mesmo quando não há RAM suficiente para isso.

É verdade que nenhum app consome mais de 360 MB de RAM, nem mesmo jogos pesados. Mas com apenas 1GB de RAM, sendo que na maioria das vezes, o sistema já consome uns 600 MB, a margem fica apertada. O resultado? Apps reiniciando a todo momento.

Em 2016 não se engane: 1 GB de RAM é apenas o básico do básico para usar Facebook, Whatsapp e algum outro mensageiro popular. Apenas com estes apps, qualquer smartphone ou tablet já apresenta alguns “reinícios” desses aplicativos durante a transição entre apps. Instalar uma caralhada de jogo então, vai deixar o dispositivo com 1GB de RAM uma carroça.

Estão está dado o recado! 2GB de RAM é o recomendado para jogos mobile em 2016! 4GB é o céu!

– mAh

Essa eu confesso que ri! mAh não é “litros de combustível” como muitos sites de tecnologia querem pregar. Trata-se de “amperagem por hora”, uma unidade de carga elétrica que leva em conta o tempo. Ela é a mesma para todos os dispositivos SIM! E quanto mais mAh, maior a duração da bateria. Em tese.

Pequenas diferenças, como por exemplo 2.200 mAh vs 2.250 mAh são praticamente nulas. Apenas leve em consideração diferenças muito grandes. Vale lembrar também que o uso vai influenciar bastante. Mas não caia no conto de que 3.300 mAh e 2.500 mAh são a mesma coisa, um dispositivo com 3.300 mAh, dura dois dias de uso fácil. Se não, vá verificar que tem coisa errada.

– “Compre apenas modelos do ano”

Já viu como é ridículo o modo como tratam smartphones e tablets de ano anteriores. Já pensou se o comércio de carros usados fizesse a mesma coisa. Na verdade, a desvalorização rápida de dispositivos com Android e Windows Phone, tornam esses aparelhos ainda mais atrativos.

Eu seria um abestado (Tiririca mode) se falasse isso apenas levando em conta o mercado de usados. Mas acontece que as próprias fabricantes ainda vendem dispositivos de até 2 anos atrás. Ainda estão à venda no Brasil iPhone 5, Galaxy S5, Moto X2, e isso em revendas OFICIAIS.

O único site que vi levar em conta os modelos do ano passado durante uma análise de compra foi o blog pessoal do “Dudu Rocha Tec“. Compartilho a mesma opinião desse site. Muitas vezes, os celulares de anos anteriores, estão com preços idênticos a smartphones com configuração inferior. Por exemplo, escolher entre um Moto G3 no lugar de um Galaxy S5 Full é um retrocesso em todos os aspectos e configurações imagináveis.

– “Atualize o seu Android assim que sair a update”

A maior burrice que um fã de jogos mobile faz é atualizar o seu aparelho assim que recebe uma notificação de update. Há muito o que se analisar antes de atualizar e é bastante comum, os usuários ficarem arrependidos.

Donos de iPhones e iPads passam por isso há anos, anos!!! No Android, a coisa começou a ficar evidente desde a atualização do KitKat para o Android Lollipop. Em aparelhos com 1GB de RAM (eles novamente) muitos usuários têm queixas de travamento e o pior problema de todos, jogos que antes funcionavam, ficaram incompatíveis. Aí o “bonito” vai lá na página do jogo se queixar dizendo que a culpa é exclusivamente do game.

Pelo visto, a coisa continua também no Android Marshmallow. Então, atualizar o dispositivo assim que receber um update é ideal apenas se você é um early adopter (viciado em novidades) e não liga para o seus games. Na maioria das vezes, as produtoras demoram bastante para resolver problemas de compatibilidade.

– “Quad-Core e Octa-core é quase a mesma coisa”

Outra burrice cavalar é comparar processadores de núcleos diferentes como quase a mesma coisa. Existe uma enorme quantidade de diferenças para System-on-a-chip (SoC) de fabricantes com o mesmo número de núcleos, quiçá quantidades diferentes de cores.

Tudo funciona integrado, ou seja, dentro do SoC onde estão os cores do processador, está também a GPU que irá controlar todo o processamento gráfico. Assim, um Octa-Core e um Quad-Core terão muitas diferenças a se analisar, mesmo que apresentem, por exemplo, mesma quantidade de GHZ.

Na realidade, sempre quem vai ditar o “ritmo” do seu aparelho será a GPU. Se a GPU for fraca, todo o processamento visual, não apenas dos jogos, mas também animações de menus e até filmagens da câmera, podem ser prejudicados.

Lembre-se, atualmente ninguém vai pegar um processador top de linha e colocar em um smartphone “carroça”. Eles são caros e são o cérebro do seu smartphone. Portanto, não caia nessa ladainha de que processador é tudo igual. Há muita diferença de performance e compatibilidade em games.

    by
  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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