Análise: Max Payne (iPad e iPhone)

Max Payne foi um dos melhores jogos que tive o prazer de jogar no PC. A versão em português, com excelente dublagem, foi um marco para mim e sempre me fez querer apreciar um game dublado, não por não entender inglês, mas pela excelente dublagem nacional, que, como sabemos, é uma das melhores do mundo. Mas independente da dublagem, Max Payne é um excelente jogo para computador. Com tiroteios alá Hollywood e a introdução do excelente “bullet time”, Max Payne era o meu vício em 2002 e prêmio da academia britânica responsável de cinema, televisão, filmes e em outras mídias audio-visuais é um jogo mais que obrigatório para qualquer fã da games que se preze.

E dez anos depois, a Rockstar, agora dona dos direitos do game, resolve presentar os amantes de touchscreen com uma conversão perfeita (graficamente)  da antiga versão do PC para aparelhos equipados com iOS e Android. Seria uma excelente oportunidade para apresentar aos novos players, esse petardo dos games… É, seria.

Gráficos de primeira, mas "Tão divertido quanto o inferno, era tudo que podia pensar. " (frase do próprio Payne)

Se o nosso amigo Max pudesse dar sua opinião sobre o assunto ele certamente diria: “Os sonhos tem o péssimo costume de se tornarem pesadelos muito depressa. ” (frase retirada também do jogo)

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Foi exatamente o que senti ao tentar me divertir com o game no iPad. A jogabilidade de Max Payne é excelente no PC e faz todo o sentido – pular, usar o “bullet time” em uma sala e testar sua habilidade em detonar todas as pessoas antes de cair no chão. Mas em uma tela touchscreen a jogabilidade perde boa parte do seu sentido. Ou o jogo fica ridiculamente fácil, ou extramente difícil, e a grande culpada é a tela touchscreen, que apesar das boas respostas, oferece uma interface insuficiente para um game desse calibre. Quero dizer que toucscreen é uma excelente interface, mas Max Payne foi pensado para ser usado com um mouse e teclado, ao mesmo tempo. Por isso fica difícil mirar e atirar ao mesmo tempo, e se você setar a mira para automática, o game fica tão fácil a ponto de ficar chato e repetitivo.

Junte essa dificuldade dos controles à jogabilidade um pouco datada e temos uma experiência que não foi nem inovadora, nem nostálgica e principalmente, pouco divertida. A possibilidade de jogos antigos rodarem em aparelhos portáteis da geração atual, não garante a diversão, salvo no Xperia Play, aparelho que possui todos os atributos para nos divertirmos como esse e outros jogos antigos.

No final, ficou um gosto meio amargo ao jogar Max Payne no iPod e iPad. Para quem já jogou, o sentimento é de não conseguir se divertir como deveria, para quem nunca jogou, mais um game de tiro (com um preço bacana, $2,99), que se sobressai dos outros pela sua excelente história, enredo e diálogos.

+Prós

  • Gráficos
  • História

-Contras

  • Controles
  • Jogabilidade repetitiva

 

* Jogo testado em um iPod Touch 4G e iPad 2. disponível na App Store para download por $2,99.

  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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6 comentários em “Análise: Max Payne (iPad e iPhone)”

  1. Uma pena.. no 9mm na Gameloft eu achei bem bacana usar o Bullet-time com o auxílio do giroscopio.. e muito mais fácil de mirar e atirar ao mesmo tempo, mas não deixando tão fácio assim.. pra mim a jogabilidade e o esquema de uso do Bullet-time no 9mm foi muito boa..

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  2. Eu sou um grande fã da Mobile Gamer, venho aqui praticamente todos os dias para ver as novidades sobre games para IPad, e acho que o blog está de parabéns na maioria dos aspectos. Mas acho que vocês não foram felizes nessa análise.
    É muito dificil encontrar um bom game para IPad, que nos faça ficar imersos em seu conteúdo. Eu já joguei muitos games para IPad, desde Batman, Wild Blood, Sacredy Odyssey, Modern Combat etc. E foram muito pouco os games que tiveram uma boa história, e uma boa variação de jogabilidade que me dessem a sensação de irmerção, nesses games que eu citei por exemplo, a história servia mais como uma desculpa para te mandar fazer as coisas, história fracas e totalmente descartáveis. Foram poucos os games que eu joguei no Ipad que me fizeram perder horas e horas jogando e realmente me divertindo, como por exemplo Horn, Aralon, Dead Space, Fifa, Ravensword, Symphonyca, Bastion, real racing e claro… Max Payne!
    É claro, todos nós sabemos que jogar Max Payne em um console portátil ou em um computador torna a jogabilidade muito mais divertida, o elemento bullet time no Ipad é horrível, sim, mas Max Payne é muito mais do que isso. A maioria dos games para Ipad apresentam uma fórmula genérica, pouco trabalhada, e que parece mais servir apenas a gamers casuais do que a hardcore gamers. O que não é o caso de Max Payne. Apesar do Bullet Time não funcionar como gostaríamos, a excência do game é perfeita, não se trata de fases genéricas, mas sim de uma atmosfera que nos deixa imersos nesse belíssimo game.
    Eu não acredito ter jogado um game de tiro em terceira pessoa melhor que Max Payne até agora para Ipad. Temos milhares de outros games com histórias que não convencem, e que não nos fazem gostar de seus protagonistas, ou entender e sensibilizar com seus ideais, o que é o caso da maioria dos games para Ipad.
    Eu li outra matéria do blog outro dia sobre modern combat 2. Vocês deram nota 8 pra ele. Tudo bem, é um bom game, mas vamos combinar… É um game totalmente genérico, história descartável e nenhuma imersão. Nem em modern combat 4 eles conseguiram fazer algo muito diferente do que no 2. Mas enfim, se modern combat 2 ganhou uma nota 8, Max Payne deveria ganhar uma nota 9,5 no mínimo, afinal o único defeito do game que eu pude ver foi o Bullet time mesmo, do mais o game é perfeito.
    Então eu posso concluir dizendo que na minha vida de Ipad gamer, Max Payne, apesar de muito inferior comparado ao do pc no quesito jogabilidade, é um excelente game para Ipad, que nos faz ficar imersos em seu conteúdo, e querer jogar mais e mais para saber mais sobre a história, e sobre o que vai acontecer depois, não se tratando de um game descartável,muque você joga um pouco e logo que acaba já quer excluir de seu aparelho para não ocupar espaço.
    Bom, novamente eu gostaria de parabenizar o Blog pelo excelente trabalho com reviews de games e novidades, eu estou jogando no Ipad sempre que posso e levo a opnião de vocês muito em conta na hora de adquirir novos games, abraços aí para a galera do blog!

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    • Olá Emílio,

      Fui eu quem escreveu a análise e em primeiro lugar gostaria de agradecer o seu comentário.

      Joguei Max Payne no PC (um Pentium III) de modo incessante. Joguei a versão dublada, que na minha opinião foi um excelente trabalho de dublagem. O jogo é excepcional no PC fora dos padrões e um dos melhores jogos que joguei em um aparelho com 450MHZ e 128 de RAM.

      Já no iPad, não fui feliz com o controle, raiz da minha frustração, gostaria de saber que esquema de controle você utilizou para conseguir jogar satisfatoriamente, porque eu não consegui.

      Uma das coisas mais divertidas em Max Payne era saltar em uma sala e matar todo mundo antes de cair no chão, usando o bullet time. Não consegui fazer isso nenhuma vez com a versão para iPad. Sem usar o bullet time de forma satisfatória a jogabilidade perde boa parte de sua essência. Sem o bullet time, devido a complexidade de utilizá-lo de forma divertida, Max Payne fica chatinho no iPad devido a se resumir a um jogo onde você entra atirando, morre e tenta de novo.

      Quanto ao review, a análise de um port é sempre complicada. O que analisar? O jogo em si ou o port? Procuro fugir dessas duas armadilhas e tentar fazer um mix com ambas, levando em conta quem já jogou e quem nunca jogou e os padrões “atuais”. No caso, o port de Max Payne para mobile ficou prejudicado devido principalmente a acessibilidade dos controles.

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