Congresso discute preço abusivo de conteúdo para celular

A apresentação de Flávio Ferreira, gerente de marketing de VAS da TIM, sacudiu o segundo dia do 9º Tela Viva Móvel. Ferreira não hesitou em apontar cada uma das falhas dos modelos adotados até hoje pelo mercado de serviços de valor adicionado e não poupou provocações e críticas para todos os elos da cadeia.

Talvez a principal questão levanta por Ferreira tenha sido o preço. Em um cenário onde o Arpu médio no Brasil é de R$ 24 e onde a média mensal de recargas é de R$ 15, o executivo acredita que os preços praticados hoje nos serviços móveis são elevados. De modo geral, segundo ele, os jogos custam cerca de R$ 9 e as músicas cerca de R$ 4. Além disso, na visão do executivo, as ofertas atuais não têm grande relevância para o cliente, os modelos de tarifação são complexos e as operadoras estão fora do mercado do long tail, onde predominam Google e Apple. “Será que não é melhor ter 1 milhão de clientes pagando R$ 2 do que 10 mil pagando R$ 9“, pergunta. Hoje, segundo Ferreira, boa parte dos potenciais clientes de serviços móveis consomem conteúdo da Internet e usam redes sociais em lan houses, dado o preço proibitivo para uso via celular.

De acordo com pesquisas de mercado realizadas pela TIM, apenas 7% dos usuários de celular baixaram algum tipo de conteúdo. Para o executivo da operadora, é preciso pensar em estratégias para levar os SVAs ao restante dos usuários. “Se é para ser genérico para as classes D e E não podemos ser com os preços de hoje”, analisa. “Apple e Google se preocupam muito com o cliente e a gente se preocupa pouco”, diz ele, em refrência à necessidade de se pensar em modelos de “fora para dentro”.

Alternativas

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Flávio Ferreira mostou algumas iniciativas da TIM para tentar reverter esse quadro. Segundo ele, o cliente quer se relacionar com marcas conhecidas. Por isso, a TIM tem uma parceira com a Abril em que o cliente, sem quelquer custo, recebe três SMSs por semana com conteúdo das revistas Superinteressante, Você SA e Gloss. Outra frente para tentar alavancar o uso de SVA é a venda de músicas por R$ 0,99 e a transmissão gratuita do Carnaval de Salvador deste ano em parceria com a Band. Para Ferreira toda a cadeia precisa abrir mão das margens no começo para levar o serviço aos 93% que hoje não consomem SVA.

Respostas

De maneira geral, as críticas de Ferreira foram bem recebidas pelos debatedores do painel e pelo público. Para Daniel Costa, sócio da Takenet, Ferreira “pensou fora da caixa” ao apontar que o consumo de SVA concorre com as lan houses. “Esse mercado funciona da seguinte maneira: easy opt-in e impossible opt-out”, disse. Eduardo Sartori, country manager da Zed, concorda. Para ele, o mercado está amadurecendo e é preciso parar de “tapar o sol com a peneira”.

Representante das companhias que produzem jogos para celular, entretanto, ficaram um pouco mais incomodados com as críticas da TIM. Executivo da Gameloft pediu a palavra para lembrar o alto custo de “porting” dos jogos para os diferentes modelos de celular do mercado. Segundo ele, a Gameloft tem que adquir um equipamento diferente para fazer o porting dos jogos para cada modelo de celular. Executivo da TecToy Mobile lembrou também que as marcas por trás dos jogos precisam ser corretamente valoradas. Ferreira disse que a discussão não deve acontecer em torno do preço unitário de cada jogo, mas sim na questão preço vs volume.

fonte: http://www.teletime.com.br/20/05/2010/-impossivel-ter-resultado-diferente-fazendo-sempre-as-mesmas-coisas–provoca-tim/tt/182222/news.aspx

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