Tivemos a chance de testar Abyss of Dungeons, novo jogo mobile da Krafton, desenvolvido pela Bluehole Studio, que é nada mais nada menos que Dark and Darker Mobile.
O jogo foi cedido gentilmente pela equipe de desenvolvimento, e passamos alguns dias presos em masmorras com estranhos e muitos monstros. Acompanhe em nosso preview.
Por que a mudança de nome do Dark and Darker Mobile?
A Krafton, em sua tentativa de se distanciar do estúdio Ironmace e das batalhas legais em andamento com a Nexon, mudou o nome de Dark and Darker Mobile para Abyss of Dungeons.
Caso você não esteja por dentro, a Ironmace Studios está envolvida em uma batalha judicial com a Nexon, devido a alegações de uso indevido de segredos comerciais. A Nexon alega, basicamente, que a Ironmace — fundada por ex-funcionários — utilizou ativos e/ou ideias do período em que trabalhavam na empresa para desenvolver Dark and Darker.
Independentemente da veracidade das acusações, o processo judicial ainda está em andamento e havia indícios de que Dark and Darker Mobile passaria por uma mudança de nome.
Visão em primeira pessoa
Abyss of Dungeons tem essencialmente os mesmos mapas e jogabilidade que o Dark and Darker de PC. No comando de um aventureiro, o jogador deve se esgueirar pela escuridão, caçando monstros e tesouros.
A principal mudança em relação à versão de PC é a visão da câmera. Na versão mobile, o jogo muda e vai para a terceira pessoa. Não há botão, por enquanto, para colocar o jogo em primeira pessoa.
Apresentação
Abyss of Dungeons tem uma apresentação belíssima, com ótimas cinemáticas e um belo tutorial. O jogo explica bem as mecânicas, que, para quem não conhece, me permita explicar.
Abyss of Dungeons é um jogo de extração, mas com uma pegada de RPG medieval. Os jogadores, ou jogador, precisam se adentrar em masmorras e castelos atrás de equipamentos e tesouros.
Você pode jogar partidas apenas contra inimigos bots ou contra outros jogadores.
O objetivo é ir até uma pedra de extração e ativar o portal para sair da masmorra. No caminho, vários perigos e inimigos te aguardam. É preciso tomar cuidado para não morrer, pois boa parte do seu loot (coisas que você carrega na mochila) será perdida.
A Krafton tomou bastante cuidado para explicar as mecânicas e deixar o jogo bastante simplificado no mobile. Há várias ajudas para automatizar tarefas, como verificar loot de inimigos, organizar coisas na mochila e no baú da sua base.
E talvez seja aqui que as coisas comecem a se complicar.
Jogabilidade um pouco lenta
Por ser fácil de jogar e com um início bem repetitivo, você deve imaginar que a progressão será rápida, não é mesmo? Mas não é o caso.
As coisas acontecem muito devagar em Abyss of Dungeons. Talvez por conta da transição de primeira para terceira pessoa não ter sido bem pensada. A movimentação e os ataques dos personagens são um pouco lentos.
As coisas se desenvolvem muito devagar, e a sensação de falta de progresso é nítida.
Modos de jogo
Logo de cara, você escolhe entre enfrentar apenas a IA ou cair em modos PvPvE, onde outros jogadores podem acabar com sua run a qualquer momento. Os principais destaques:
- Masmorra dos Goblins (solo ou co-op)
- Domínio das Trevas (PvE clássico)
- Arena e Castelo Esquecido (PvPvE desafiador)
E se estiver sem amigos, tudo bem: o jogo deixa você montar seu grupo com mercenários NPCs — e eles funcionam surpreendentemente bem, inclusive revivendo você nas horas mais tensas.
Novamente, o lado ruim aqui é a progressão lenta.
Pode ser que isso melhore no lançamento do game, que chega agora dia 11.
Classes e criação de personagem que lembram Diablo II
Antes de entrar na dungeon, você monta seu personagem com direito a customização completa e escolha de classe. São seis opções:
- Clérigo
- Lutador
- Explorador
- Ladino
- Mago
- Bárbaro
A tela de seleção é um tributo direto a Diablo II, com os personagens enfileirados esperando a sua escolha. E sim, cada classe muda radicalmente a jogabilidade.
Controles bem adaptados e performance sólida no mobile
Nada de HUD entupido ou comandos imprecisos. Abyss of Dungeons impressiona por conseguir adaptar um jogo denso e estratégico ao mobile, com controles bem posicionados, respostas rápidas e câmera em terceira pessoa.
Além disso, o suporte ao remapeamento de botões é um bônus muito bem-vindo para quem quer deixar tudo mais confortável. Em termos de performance, mesmo rodando na Unreal Engine 5, o jogo foi estável nos testes — embora sessões mais longas pesem na bateria.
Gráficos bonitos, mas…
Abyss of Dungeons é um jogo bem otimizado para mobile. O título conta com upscaler para manter o FPS em caso de queda na taxa de quadros.
O game também conta com Snapdragon Game Super Resolution V2 (SGSR V2), que seria uma espécie de DLSS dos Snapdragon.
O SGSR V2 é uma tecnologia baseada em IA e algoritmos de upscaling que melhora a imagem do jogo. Funciona assim: o jogo é renderizado internamente em uma resolução menor, e o SGSR V2 transforma a imagem em alta resolução. Com isso, o jogo roda de forma mais leve, economizando bateria e melhorando também a performance (mais FPS).
No meu Galaxy S23 Ultra, que possui processador Snapdragon 8 Gen 2, a opção não funcionou como deveria. Deve ser um recurso apenas para Snapdragon 8 Elite.
No S23 Ultra, com a configuração no “Alto”, o jogo rodou a 60 frames por segundo sem engasgos. Mesmo habilitando o visor a 120 Hz, não apareceu opção para jogar nessa taxa de atualização.
Vale a pena?
Se você curte Dark and Darker, Escape from Tarkov ou qualquer looter com tensão por todos os lados, Abyss of Dungeons é um prato cheio. Ele não apenas traz o mesmo DNA hardcore para o mobile, como também melhora a acessibilidade sem sacrificar a profundidade.
Contudo, o desenrolar do jogo é um pouco lento, e por isso pode ser que, no começo, você fique entediado com as missões repetitivas.
Vale lembrar que esse preview é sobre a versão cedida pela empresa, e pode haver mudanças no lançamento do game.
Lançamento: 11 de junho para Android e iOS.
Grátis para jogar, com compras no app.
Lançamento
Abyss of Dungeons será lançado amanhã com versões para Android e iOS. Os links de download você confere aí embaixo.
Nossos agradecimentos a equipe da Theo Games e Krafton por ter cedido uma versão do game antes do lançamento.