Nintendo derruba emulador Dolphin da Steam, Google Play pode ser a próxima

O emulador de Nintendo GameCube e Wii, o Dolphin, acaba de ser removido da Steam. Segundo os próprios desenvolvedores, o emulador foi derrubado por ação de direitos autorais da Nintendo. Segundo rumores, a versão da Google Play pode ser a próxima.

O comunicado foi feito pela própria equipe do Dolphin em seu blog oficial, veja o comunicado:

É com muita decepção que temos que anunciar que o lançamento do Dolphin no Steam foi indefinidamente adiado. Fomos notificados pela Valve que a Nintendo emitiu uma ordem de cessação e desistência citando a DMCA contra a página do Dolphin no Steam e removeu o Dolphin do Steam até que a questão seja resolvida. Atualmente, estamos investigando nossas opções e teremos uma resposta mais detalhada em um futuro próximo.

Agradecemos sua paciência enquanto isso.

É estranho a Nintendo ter se voltado apenas Dolphin na Steam. Estaria a Nintendo com ciúmes do Steam Deck?

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Infelizmente, o Dolphin não estava em uma “Sala Limpa”

A partir do Wii, a Nintendo começou a utilizar chaves de licença para ativação dos jogos, o que é uma camada extra de proteção contra a pirataria e exige que ambos as chaves do console e do jogo se comuniquem para que o jogo possa ser iniciado

Antigamente pensava-se que o Dolphin não tinha nenhuma chave de licença em seu código fonte, mas infelizmente não é o caso.

A Nintendo se utilizou do mesmo precedente legal que removeu os repositórios de keys dos jogos de Switch do Github, e acendeu o alerta na comunidade de desenvolvedores de emuladores.

O problema é que sim, o Dolphin possui chaves de licenças de jogos do Nintendo Wii incorporados no código fonte e que são usadas para descriptografar os jogos em tempo real.

Emulação é legal, mas depende

Essa é a parte do debate que muita gente não entende.

Emulação é legal, é, mas em partes.

Quando se fala em emulação, entramos em uma zona cinzenta em que você pode ser processado simplesmente por emular um jogo.

Em emuladores mais antigos, é comum os desenvolvedores fazer engenharia reversa completa no sistema, e dessa forma, conseguem reproduzi-lo de forma mais próxima do console, sem nenhum problema legal.

Porém em sistemas mais novos, as empresas incorporaram a tecnologia de private keys (ou chaves privadas) e common keys (chaves comuns) onde uma chave é gerada para cada jogo, e essa chave, se comunica em tempo real com a chave do console (que também é única)

É um sistema de criptografia bem robusto que exige um grande poder computacional para ser quebrado. Infelizmente, para acelerar o processo de desenvolvimento, os desenvolvedores do Dolphin utilizaram chaves comuns como forma de contornar a segurança dos jogos, e isso abre espaço jurídico para um ação de DMCA.

Ao utilizar uma chave criptográfica de um jogo, sem autorização da Nintendo, se está aberto a receber um processo de direitos autoriais, pois a common key está dentro do videogame Wii e é de propriedade da Nintendo (com base na lei de Illegal Number).

Seria o mesmo que o emulador do AetherSX2 já vir com a Bios, que é de propriedade da Sony.

Foi um grande vacilo por parte dos desenvolvedores do Dolphin.

Versão da Google Play também pode ir de “base”

Vale lembrar que a até o momento, tanto o site do Dolphin como o repositório do emulador no Github, continuem online. A versão da Google Play também.

O mesmo pode acontecer com a Google Play, nada impede que a Nintendo utilize o mesmo artifício jurídico para emitir uma carta de desistência contra a versão do Dolphin da Google Play.

A ação pode exigir que a Google revele os e-mail dos proprietários da conta do app, o que poderia facilitar uma ação judicial para cada desenvolvedor.

O momento é bastante apreensivo para a comunidade de desenvolvedores de emuladores de sistema Nintendo.

 

Leia também:

 

Com informações de: https://br.dolphin-emu.org/blog/

 

    by
  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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