Punch Club mostra que os brasileiros são corruptos na hora de baixar jogos localizados

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Se você reclama do Governo mas adora baixar um APK+DATA pirata, parabéns! Você engrossa a lista de corruptos do Brasil. Calma, não sou eu que estou dizendo isso, mas o relatório da TinyBuild, a produtora de Punch Club que destaca a pirataria do jogo nas Terras Tupiniquins.

Em um post de coração aberto, a produtora ressalta a triste realidade de ter vendido 300 mil cópias. Parece bom não é? Entretanto foram pirateadas 1,5 milhões de unidades do game. Destaque negativo para o Android, com 500 mil cópias pirateadas.

É algo triste de noticiar, mas nos destacamos também no lançamento da versão em português do game, novamente de forma negativa. Segundo o relatório da TinyBuild, a pirataria disparou quando a versão em PT-BR foi lançada. Confira o grifo da própria produtora.

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Lançamos o jogo sem os idiomas Português e Chinês. A China (gráfico verde) começou a piratear o jogo logo depois do lançamento, e o índice foi crescendo, eles estavam pirateando a versão em inglês sem problemas.

Porém, assim que adicionamos suporte à língua portuguesa, o Brasil (gráfico amarelo) disparou em número de instalações… mas não em número de vendas. O Brasil prefere piratear jogos em português”.

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Calma que tem mais. Para quem acha que tem uma cópia pirata stand-alone e nunca vai ser rastreado, e pode pagar de bonzinho nas redes sociais, você está enganado. A TinyBuild, e qualquer outra produtora da atualidade, consegue rastrear qualquer cópia do jogo ativada em um dispositivo com acesso à internet.

Assim, a produtora do game consegue estipular quantas cópias legais foram vendidas, versus as pirateadas. Está sentado? No dia do lançamento da versão PT-BR de Punch Club, apenas 370 cópias foram vendidas, contra 11 mil instalações ilegais.

Resumindo a coisa, chegamos aos seguintes números:

  • 4 cópias piratas para cada venda na Steam (PC)
  • 12 cópias piratas para cada venda no Android
  • 2 cópias piratas para cada venda no iOS

No site da TinyBuild há mais um punhado de gráficos e números que mostram a pirataria do game. Mas o que chama atenção é que, pelos números, a própria produtora chega a conclusão de que não vale à pena localizar games no Brasil. E ao que parece, vamos ficar de fora de lançamentos futuros desta produtora.

Estúdios pequenos são profundamente afetados pela pirataria. Eles trabalham duro, mais do que estúdios grandes,  para poder manter o sonho de viver de games ainda vivo. Sabe? Um grupo de caras tentando ganhar a vida, produzindo conteúdo que ama e sendo pago por isso.

– Será que somos mesmos contra a corrupção?

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Eu até entendo o fato de muitos recorrerem a pirataria para testar o game antes de comprar, mas se esse é o caso, por favor, não faça isso. Tente comprar o jogo em uma hora calma para poder testar. A Google Play agora permite um limite de duas horas entre a compra e a requisição de reembolso caso você não goste do game.

Outra opção é esperar uma promoção. Hoje em dia, é muito fácil comprar giftcards de ambas as lojas. Promoções então é o que não falta. Você pode usar apps como o App-Sales (Android) e Appshopper (iOS).

Não adianta ficar reclamando de jogos freemium ou pay-to-win e depois piratear um jogo na cara dura. É a mesma coisa que reclamar da política em nosso país e continuar votando nos mesmos “políticos”.

Esse é o meu apelo para quem pode comprar o jogo. Sei que muitos não tem nenhum tipo de renda (menores de idade) e não tem sequer CPF para poder registrar seus giftcards na Google Play.

Para quem não pode comprar, o meu apelo é o seguinte. É preciso ficar atento também a quem você está entregando o dinheiro com publicidade. Sim, embora não seja uma monetização “na cara”, ao acessar sites piratas, você dá uns trocados a quem busca um jeitinho safadinho de ganhar a vida. Acredite, ninguém monta um site de jogos piratas, apenas para compartilhar games, sempre há aquela tonelada de publicidade, pop-ups e avisos de vírus.

    by
  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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