Análise de Clash Royale (Android e iOS)

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Com Clash Royale, a Supercell consegue emplacar mais um megasucesso nos celulares. O game de estratégia e cardgame, lançado há poucos dias, já é disparado o app mais baixado tanto no Android, como no iOS. Mas assim como em Clash of Clans, a experiência casual caminha lado a lado com elementos freemium limitantes. Será que Clash Royale é realmente muito bom, ou simplesmente nós aceitamos quando um jogo te diz: “pague ou pare de jogar”. Confira a nossa análise!

– Um novo Clash

Clash Royale, não é um game original. Você não pode afirmar que a Supercell foi genial ao unir estratégia e cardgame. Afinal, isso já havia sido feito antes por diversos games. Virou uma certa tendência da atualidade, que é abordada em games como Duelyst, um dos hits do site de streamers Twitch.tv.

Smash Land é um jogo cancelado da Supercell que serviu de base para Clash Royale.
Smash Land é um jogo cancelado da Supercell que serviu de base para Clash Royale.

A própria Supercell já estava com o projeto de um game quase idêntico há anos na gaveta. A faísca de genialidade foi utilizar os personagens carismáticos do game Clash of Clans. A rebatização do jogo como uma sequência pseudo-espeiritual deu certo. O game atraiu principalmente a gigantesca comunidade ativa de CoC.

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– Fácil e viciante

De todos os jogos lançados pela Supercell, Clash Royale é de longe o mais simples. Comparado com outros jogos do seu gênero então, ele passa a quilômetros da complexidade de cardgames como Hearthstone.

Dois jogadores disputam uma batalha em tempo real, onde suas tropas, feitiços e instalações são representados por cartas em um deck de apenas 8 cartas. Os jogadores precisam lançar suas tropas em campo para destruir três estruturas inimigas, duas torres e o castelo.

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As tropas se movem automaticamente, mas sempre em um padrão ordenado e previsível, o que permite construir algumas táticas. Ambos os jogadores pode ir diretamente para o castelo inimigo. Entretanto, suas tropas serão facilmente alvejadas pelas torres.

As torres, e o castelo possuem personagens que atacam que chegar perto. Assim como em jogos de MOBA, o jogador pode usar a torre e suas tropas para dizimar o exército inimigo. Entretanto, ficar sempre na defensiva não é um bom caminho para vitória.

Para lançar as cartas, o jogador precisa esperar um medidor de elixir. É preciso montar um deck que “curve” bem, para não ficar sem elixir durante o combate.

A estratégia está em responder ataques inimigos e realizar a sua ofensiva de modo que o inimigo não possa responder à altura. Uma boa tática é esperar o ataque inimigo e usar tropas que anulem completamente a investida do oponente.

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Ao vencer o jogador recebe baús com cartas, ouro e gemas. Com cartas repetidas, o jogador pode evoluir suas tropas, adicionando mais vida e poder de ataque. Ao fazer isso, o jogador também ganha pontos de experiência que permitem evoluir de nível.

É um game com visual bonito, fofinho, com músicas muito bem encaixadas e menus rápidos. São apenas 5. O menu de batalha, o da loja, decks, o do seu clã e um menu chama TV Royale, onde é possível assistir partidas dos melhores jogadores de Clash Royale.

– Monetização é o forte do jogo

Não é necessariamente o nível de experiência que determina suas cartas, e sim as arenas e uma boa dose de sorte. A cada arena, novas cartas são desbloqueadas e podem aparecer no baú. Infelizmente, há níveis de raridade e algumas cartas não aparecem facilmente.

Isso seria bom, se o sistema do jogo não possuísse um grande problema, o desbalanceamento. As escolhas das partidas não são baseadas no deck de cada jogador (como em Hearthstone), mas apenas no nível de XP e da Arena, o que permite que algumas partidas sejam ridiculamente desbalanceadas.

Se você não possuir certas cartas, você não tem a menor chance. Por exemplo, não ter o exército de esqueletos e dragões, significa perder partidas, mesmo que o outro jogador jogue muito mal. Ao subir precocemente de arena, o jogador irá encarar decks muito melhores e mais evoluídos e irá amargar várias derrotas seguidas.

A monetização é exagerada como em todos os jogos da Supercell
A monetização é exagerada como em todos os jogos da Supercell

Caso você jogue uma partida além do que é “permitido” pelo game, o sistema de balanceamento altamente escroto, leva você diretamente para um partida contra um jogador com um nível de XP mais alto e com quase todas as cartas com níveis maiores que as suas. Ou seja, o game praticamente te pune se você quiser jogar mais.

Isso demonstra o PIOR DEFEITO do jogo, ser Pay to Win! Ou seja, não ganha quem faz as melhores jogadas, ganha quem evoluir o deck mais rápido, e para isso é preciso ter gemas e ouro em grande quantidades para abrir os baús rapidamente.

É algo na contramão da filosofia de Clash of Clans. Em CoC, as guerras são muito equilibradas e é preciso um bom domínio das jogadas para conseguir a vitória. Um bom layout pode derrotar até as tropas mais poderosas.

– Os mesmos problemas de sempre

Ironicamente, Clash Royale possui o mesmo sistema de combates desbalanceados de Clash of Clans. Se lá haviam as ligas, aqui temos as arenas. Porém, Clash Royale possui algo extremamente negativo, a impossibilidade de “farmar”.

Em outros jogos de cartas e estratégia, se o jogador for muito bom, é possível farmar bastante itens e comprar muitos decks. Porém, Clash Royale “capa” sua própria jogabilidade de modo extremamente negativo. Como? Limitando a abertura de baús. Em alguns casos, o jogador pode esperar até 32 horas para abrir todos os baús.

O jogo praticamente te diz: “Olha você já encheu a lista de baús, gaste muito dinheiro ou pare de jogar”. Quem ver isso como qualidade, seria um péssimo gamer ou entenderia muito pouco do assunto.

Como se não bastante, a produtora não zerou a conta dos jogadores que estavam jogando no Soft Launch. Ou seja, o Clash Royale está bastante desleal para quem vai começar a jogar. Pois muitos jogadores já estão em níveis altíssimos.

– Conclusão

Jogabilidade capada (visando o lucro rápido) e a mancada no lançamento, derrubaram a nota de Clash Royale na nossa avaliação. O game resume-se a poucas interações por dia, o que não é ruim, mas do jeito que está, Clash Royale não faz jus – ainda – ao sucesso de Clash of Clans.

+Prós

  • Fácil de jogar
  • Mecânica de jogo viciante
  • Design de produção afinado

-Contras

  • Sistema de ranqueamento desbalanceado
  • Muita monetização
  • Limitadores de jogabilidade
  • Ausência de outros modos com recompensas

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    by
  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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