Análise – N.O.V.A 3 (iPhone, iPad e Android)

A série de jogos para smartphones e tablets N.O.V.A (Near Orbit Vanguard Alliance) chega à maturidade com sua terceira versão. Depois dos dois jogos anteriores, sendo o primeiro, excepcional, e o segundo parecendo apenas um upgrade gráfico. A Gameloft deu um salto nessa terceira versão de N.O.V.A, tanto nos gráficos quanto na qualidade do gameplay. O resultado? O melhor jogo de tiro em primeira pessoa atualmente para iPhone, iPod Touch, iPad e futuramente no Android.

 

História

Quatro meses passaram-se desde que Kal arruinou os planos dos Volterites (em N.O.V.A 2) ao sabotar suas fábricas de guerra, e interromper a extração dos artefatos dos Juízes. No entanto, após o assassinato do presidente Folsom, o governo entregou as colônias para os Volterites, a fim de evitar a guerra civil entre ,os cada vez mais simpatizantes, cidadãos pró-Volterites. Kal Wardin tem se mantido nas sombras desde a morte de Folsom. Porém, após receber um pedido desesperado de ajuda, enviado pela sua companheira, a IA Yelena, ele volta para o, agora devastado, planeta Terra!

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Após tirar alguns colegas do aperto, já começei a imaginar que esse seria mais um game para apenas ficar atirando por aí. Porém, no meio do jogo Ka é abordado por um dos “Juízes” onde ele o informa que os Volterites já estão com dois dos três artefatos e somente Kal pode por um fim a essa ameaça que assombra o universo inteiro.

Meio Halo, meio Crysis, meio Mass Effect
Meio Halo, meio Crysis, meio Mass Effect (Foto: Mobile Gamer BR)

E esse o prólogo do jogo. Meio Crysis, meio Mass Effect e meio Halo. N.O.V.A parece uma salada mista destes três jogos, e de tão heterogênio que ficou, ganhou um ponto pela “originalidade”. Com uma história que conta com personagens, no mínimo curiosos, como Rufus, Maz-háh e Yelena, que agora é de carne e osso (bem mais carne do que osso). N.O.V.A 3 tem alguns bons diálogos (pela primeira vez, bem gesticulados) algumas intrigas e a morte de um personagem importante. Tudo sem forçar a barra.

 

Comandos

Percebendo que ninguém ligava para acelerômetro, a Gameloft tirou essa opção do modo padrão do jogo e agora ela fica oculta lá no menu de opções. Os comandos do jogo ficaram bem distribuídos na tela (testei o game em um iPad 2). Apenas o botão de “correr” que ficou muito em cima de onde geralmente coloco o dedo e ativa o joystick virtual, mas isso pode ser resolvido com uma simples configuração, afinal, o game permite mudar todos os botões virtuais de lugar.

Essa parte do jogo é um saco
Essa parte do jogo é um saco (Foto: Mobile Gamer BR)

Controlar veículos como mechas (robôs) também ficou fácil e com mais liberdade de movimentos. Uma pena que não podemos dizer o mesmo dos jipes, nas fazem onde eles existem, você apenas controla a arma do jipe com um sistema de mira que ficou muito ruim e bugado, tirando totalmente a diversão.

 

Jogabilidade

Divertir-me por umas 4 horas no modo campanha. Curto mais divertido, o modo campanha tem bons momentos de tiroteio que passam bem longe de alguns títulos monótonos da Gameloft (Six-Guns). O game conta agora com apenas um nível de dificuldade. Infelizmente a IA dos inimigos continua burra como sempre, mas se serve de consolo, caso você faça a missão por caminhos diferentes, pode descobrir alguns bugs ou tornar a fase mais difícil de terminar. Como foi o meu caso na penultima fase (Portões do Inferno) O último “cachorrão” dessa fase, aguentou facilmente cinco tiros de “RPG” antes de morrer.

Falando em bugs, o game não está totalmente livre deles. Aqui ou acolá eles acontecem. Pode ser numa porta que não abre por que um inimigou desapareceu (nesse caso é necessário reiniciar até o checkpoint) ou na fase dos puzzles de cristais, onde caso você não escute Yelena falando “agora só falta um” após fincar o segundo cristal. Pode colocar ele por cima de outro para “resetar” o puzzle, se não fizer isso, acontecerá um belo bug e você ficara preso na fase.

Os cenários do game, tanto no modo campanha, como no modo single player são acima da média, sério, são lindos. Cenários muito bem detalhados e imensos. A fase “Terra devastada” que se passa numa San Francisco totalmente destruída até me fez esquecer que estava jogando em um tablet e senti-me dentro de um game de console.

 

Gráficos

Gráficos beiram a perfeição dos consoles (Foto: Mobile Gamer BR)
Gráficos beiram a perfeição dos consoles (Foto: Mobile Gamer BR)

NOVA 3 me surpreendeu, não por ter gráficos de primeira, isso já era mais do que esperado. A surpresa mesmo, é a fluidez com que o game (e seus gráficos) rodaram aqui no iPad 2. Tudo muito fluído e sem engasgos. As fases do jogo são grandes se comparadas aos jogos anteriores. Existe até um loading demorados em determinados momentos e cada fase dura certa de 40 a 60 minutos de jogatina.

Alguns efeitos me chamaram muito a atenção, como os efeitos de luz em tempo real e quando alguem dispara um “RPG”, a fumaça e o efeito do disparo são muito convincentes. Desenvolvido para iGadgets como o iPhone 3GS em diante, NOVA é mais uma série a se despedir dos primeiros iPhone’s 2G/3G e iPod’s Touch de segunda geração. Nem adianta insistir pois o game simplesmente não rodará nos aparelhos mais antigos. Andei lendo por aí, relados de jogadores com iPhone 3GS e 4 que estão tendo dificuldades com lags e queda no framerate do jogo. Bom, aqui no iPad 2, o jogo rodou muito suave.

 

Modo Multiplayer

O modo multiplayer desse jogo também é uma surpresa e tanto. Nada de salas apertadas. A Gameloft colocou mapas muito grandes para os jogadores se perderem à vontade. Campers? Até iríam sentir-se em casa nesses mapas, caso não fosse um radar que existe no topo esquerdo da tela denunciando a posição de cada jogador. São 6 modos diferentes para até 12
jogadores simultâneos.

  • Mata-mata. O clássico todos contra todos;
  • Equipes. dois times se enfrentam até seis contra seis;
  • Morte certa. todos contra todos e equipados com uma arma alienígena que mata qualquer um com um só tiro;
  • Pegou-congelou. Quem brincou disso quando criança vai se lembrar do “Estauta”. O inimigo te congela e alguem deve ir ao seu resgate;
  • Rouba-bandeira. roube a bandeira do time inimigo e leve até o seu QG;
  • Capture o ponto. Tome posse do QG do inimigo.

 

Em minha conexão, que é de apenas 600kps, não vi lag em nenhum momento durante as várias horas que joguei. Entretanto, o jogo chegou a desconectar e fechar apenas uma única vez, mas não chegou a incomodar. Vi vários relatos por aí (inclusive no toucharcade) de que o game tinha muito lag no modo multiplayer online. Acredito que isso deve ter acontecido nos primeiros dias de lançamento do jogo, sabe como é né, igual ao caso de Diablo III.

Mas verdade seja dita: a diversão reside mesmo é no modo multiplayer. Tudo aqui é fácil e intuítivo. Convidar os amigos para um mata-mata é super simples e logo no menu do multiplayer já dá para saber quem está online e quem está offline. A possibilidade de usar Mechas, jipes e jetpacks durante o modo multiplayer deixa tudo mais divertido.

Felizmente entre mortos feridos, humanos e Volterites, NOVA 3 é o melhor shooter para iOS e Android. Melhor até que Modern Combat 3, que por limitações de enredo, não permite ter coisas legais como Mechas e Jetpack. Definitivamente, um game ao qual não precisa esperar por uma promoção, NOVA 3 é melhor que os dois anteriores em todos os sentidos.

 

+Prós

  • Controles
  • Gráficos de primeira
  • Excelentes modo multiplayer

-Contras

  • Alguns bugs (raros)

Nota 9,5 LOGO

 

    by
  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

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