Análise: GTA III (Android e iOS)

Sonho de consumo dos jogadores desde a geração N-Gage, GTA III finalmente assume seu posto de direito.

Não é brincadeira. Quando a Rockstar anunciou que GTA III seria portado para iOS e Android, muita gente pirou na batatinha e a concorrência tremeu. Afinal, não é para menos, anunciado que rodaria apenas em aparelhos mais poderosos, a Rockstar fez muito mais e o game se revelou um verdadeiro prodígio e roda em quase qualquer aparelho.

E cá estamos nós amigos para mais uma análise, mas o que exatamente deve ser analisado? O port? A interface? ou o conjunto da obra? Que tal tecermos sobre um pouco de tudo.

Publicidade

O port

Definitivamente, é incrível o que se pode fazer no Android e iOS com muita boa fé e respeito ao limites da plataforma. Em vez de encher o game com texturas hd e mandar a compatibilidade para as “cucuias”, a RockStar decidiu baixar ao máximo as textura e tentar o possível para deixar o game semelhante ao original. Deu certo! Mas com ressalvas. Não espero efeitos de luz, sombras, e todo o colorido da cidade noturna de Liberty City, pelo menos em um aparelho com processador de um só núcleo.

Embora em alguns aparelhos o game pode parecer muito feio, no iPad 2 e iPhone 4S o resultado ficou bom graficamente, o game apresenta efeitos de luz e sombras. Existem muitas queixas sobre funcionamento deficiente no iPhone 3GS e iPad 1, mas para um pouco para pensar e compara com outros games semelhantes como Gangstar Rio. GTA III é muito maior e mais detalhado, só perde nas texturas e efeitos de luz que variam de aparelho para aparelho. Outras reclamações sobre queda na taxa de quadros são pertinentes, ocorre lentidão em alguns “engasgos” durante a jogatina, mas não chegam a ser insuportáveis e não ocorrem com frequência.

 

O áudio, as vozes e os efeitos sonoros estão idênticos ao original e fazem toda a diferença. Embora a história de GTA III não seja das melhores, os diálogos engraçados e rádios malucas fazem toda a diferença na imersão.

Ficou muito decente também, a adaptação feita para os comandos nas telas touchs. É óbvio que em um aparelho com joystick (como o Xperia Play) a jogabilidade melhora bastante. Mas dá para se virar muito bem com os comandos touch, menos em telas pequenas.

Nos aparelhos onde eu testei o game (iPad 2 e iPod Touch 4G), ele rodou bem. no iPod tive uma certa dificuldade para me acostumar ao tamanho diminuto da tela. pois, apesar dos comandos (que são muitos) terem ficado bem limpos na tela. Senti que era comum a sensação de estar “na ponta dos dedos” pois para qualquer coisa tinha que dar comandos muito precisos, ou esbarraria o dedo em outro comando. Já no iPad os comandos ficaram bem mais confortáveis e a sensação de “cuidado para não esbarrar no botão” desaparece. Destaque para os botões de direção do veículo, logo de cara a melhor opção é setada, nada de opções toscas como “volante” ou acelerômetro.

 

A originalidade

Apesar de ser um port de outras plataformas, não se pode negar que Grand Thef Auto III tem uma larga vantagem em relação ao seus concorrentes da plataforma móvel. Como “provedora” de ideias para jogos como Gangstar, GTA III, além de ser superior no que os outros tem de melhor, supera com folga o que eles tem de pior: o enredo.

Tem gente que acha clichê e muito “comum” um jogo com uma boa dublagem e o estilo “sandbox” de ser (acredite, já li isso por aí). Mas, apesar de ser óbvio, essas qualidades fazem uma falta danada em Gangstar. Trilha sonora então? Nem preciso mencionar a Double Clef FM. A comparação é até sacanagem, por isso vamos pô-la de lado.

A cidade é Liberty City e a história do jogo é sobre vingança. Você controla Claude Speed, um assaltante de banco que foi traído pela namorada, também assaltante, da pior forma possível. Não, não foi chifre. Ela tenta matá-lo com um tiro logo no comecinho do game. Claude sobrevive, mas é preso. Num golpe de sorte, o camburão onde ele estava sendo transportado é tomado por criminosos que vem libertar outro detento.

 

Jogabilidade e desafio

Nesses quesitos, o game para iPhone e Android ficou muito similar a versão do PC. Contudo, embora tenha sido excelentemente portado, GTA III possui algumas missões que ficaram muito difíceis em dispositivos touchscreen, se por um lado são frustrantes, por outro aumentam o desafio. Atirar uma grana, por exemplo, é quase um golpe de sorte. Dirigir a toda velocidade, idem.

 

 

GTA III ficou ótimo em tablets e smartphones “grandões”, e bom no iPhone e iPod Touch. Traz tudo que um GTA totalmente tridimensional tem de melhor e talvez abra as portas para mais conversões –  que venha GTA Vice City! É um jogo barato (no momento dessa análise $4,99) para a “densidade” oferecida que não busca explorar o seu bolso, mas apenas o seu tempo para divertir-se com ele.

 

+Prós

  • GTA legítimo rodando no seu smartphone ou tablet
  • Jogabilidade decente

-Contras

  • Queda na taxa de quadros durante alguns momentos do game
  • Em alguns aparelhos com tela pequena o jogo fica complicado para ser jogado por pessoas com dedos grandes

 

Nota 9,5

 

 

Bonus Game

GTA III se revelou uma conversão da versão do PC quase idêntica, tanto é que os mods da versão para computador, funcionam nos smartphones. Confira o video-tutorial abaixo

http://www.youtube.com/watch?v=CGGEgJUJIA4

 

 

    by
  • Dario Coutinho

    O "Gamer de Celular" Original. Criou um dos primeiros sites sobre jogos para celular em 2007, que viria a se tornar o Mobile Gamer Brasil em 2009. Formado em Ciência da Computação, escreve sobre tecnologia há mais de 16 anos. Com passagem por revistas de games (EGW, Arkade) e sites renomados como Techtudo. E-mail para contato: [email protected]

Google News